segunda-feira, julho 26, 2004

Está a chover na Alemanha.

A mamã informou-me, a título caucionário, de que as fortes chuvadas na Alemanha causaram cheias que "chegavam aos joelhos". É desagradável, de facto, para quem lá vive e para quem lá vai passar férias. O que não é o meu caso.

A primeira compra.

Umas sandálias novas, daquelas tipo trekking, muito confortáveis e sim, surpreendemente baratas. Estavam entre as Nike e outras que custavam 14 contos. Mas estas custaram €14,50.

sexta-feira, julho 23, 2004

Pauly Wonderz being his lovely self.

- Então já estás ansiosa de partir, ein? - ele disse isto em inglês.
- Não, - respondi, também em inglês, - ainda falta um mês para a partida. Só ainda não me decidi como vou iniciar a viagem. Há demasiadas possibilidades, e eu ando sempre à procura de uma que seja original and not too much hassle.
- Yeah. But, listen, before you go, you should plan where you gonna go and let me and your mum know. And while you're travelling, just keep letting us know where you are and where you're gonna be next...
- Okay, I'll make sure I'll leave bread crumbs behind me...
- You know, just in case...
- I know Pauly, I'll send sms, call whenever I can and send some postcards...
- Yes, you do that. Or even on your blog...
- Well, that's why I created it. If I can, I'll keep posting...
:)

quinta-feira, julho 22, 2004

À espera da luz.

Mais uns dias, mais umas horas a surfar na net em busca de passagens de avião low rate. E não chegando a nenhuma conclusão satisfatória e convincente, eis que entra em acção o pensamento criativo. E se eu não for de avião? E se não for para Itália? E se começar directamente pela Turquia, aterrando em Istambul e indo à aventura a partir daí? E se for até Barcelona e de lá apanhar um barco até Genova? Sei lá, tantas possibilidades...
Como em todas as pesquisas, há o momento do information overload, em que nos afundamos em informação que parece não fazer sentido. Aguardo serenamente o momento em que a lampadinha se acende, em que o brilho súbito da solução perfeita encandeará todas as dúvidas e iluminará o caminho a seguir. Aguardo.

sexta-feira, julho 16, 2004

A fazer as coisas ao contrário...

Mesmo típico da minha pessoa! Primeiro compro o bilhete para 16 dias e depois é que estudo o destino.
Ontem estive horas na Fnac a folhear os guias sobre a Itália e a Grécia, e definitivamente acho que tenho pouco tempo... Florença, Génova, Turin, ROMA...e a costa....Muito pouco tempo. E a Grécia, as ilhas, Atenas, as pessoas, os férries, os comboios, os atrasos...e Istambul...Quero mais tempo.....Ai..que vontade de ir, de chegar, de ver coisas...e de escrever, sentir, e coleccionar histórias para nunca mais esquecer.

Dá a benção, mãe!

A mamã ligou-me hoje, logo pela manhã, animada por uma grande ideia:
"- Quero fazer-te uma proposta e queria que pensasses no que te vou dizer, sem me responderes logo que sim ou que não, pode ser?"
Se eu não conhecesse a mãe que tenho ia pensar que me que ia sugerir pintar o cabelo de roxo, mas não, eu já sabia que o que vinha por aí...
- Diiiz, mamã.
"- Olha, e se eu te devolvesse o dinheiro do bilhete do interrail e tu fosses, assim, 6 dias e 7 noites para a Tunísia...Era como se não gastasses dinheiro nenhum..."
- Mamã, eu não quero ir para a Tunísia.
"- Ou para a Itália, numa excursão, bem acompanhada, segura... Vão muitos moços e moças novas. É tão giro!...Pensa nisso, filha. Não queres mesmo ir em Agosto?...Eu hoje levo-te a brochura para tu veres!."...
- Nada do que possas dizer me vai fazer mudar de ideias, mamã, mas és muito querida por tentares. :)
"- Ai, quando me falaste em conseguir passagens de avião por cinco contos eu...eu não quero que te metas nisso. Isso pode ser uma burlice, e depois levam-te para sítios onde não queres ir e....
- Podes sempre patrocinar o bilhete numa companhia regular...
" - Bilhete de avião!? Mas isso não fica muito caro? Eh?...Faz as contas e depois diz-me quanto é..."
LOL. A minha mãe consegue ser mesmo gira, às vezes. E generosa. Se eu estava com algum receio de viajar, agora estou cheia de vontade de ir. Este telefonema foi tudo o que precisei para realmente ter vontade de partir. Os pais têm realmente o poder supremo da motivação. Como compromisso, aceito que a mamã patrocine a passagem de avião para Itália.
Va benne, cosi.

quinta-feira, julho 15, 2004

Por onde começar?

Ando às voltas com tarifas de avião, horários de comboio, trajectos, escolhas. Não sei por onde começar, para onde voar e quanto investir no bilhete de avião. Não sei se compre ida e volta, porque sei para onde vou, mas não sei de onde volto...tenho de ver melhor isto...ai ai. Talvez comece por Milão e depois desça Itália até ao Sul, depois Grécia e dependendo de como tudo se resenrole, Turquia e talvez Eslovénia....Não tenho certezas nenhumas e já só falta mês e meio para a partida.

quarta-feira, julho 14, 2004

Sou maluca.

Não sou, mas é o que toda a gente diz. "És maluca de ir sózinha".
Pago para ver.

É normal...

..sentir algum receio. Afinal tudo me é desconhecido. Subitamente tudo o que sabia sobre os países que pretendo visitar me parece insuficiente. Tenho de pesquisar, preparar, prever. É isso. Mas vai tudo correr bem. Posso sempre voltar para casa mais cedo.:/

A decisão

Os três dias converteram-se na hora de almoço do dia 25 de Junho. Tinha de decidir gastar o voucher. Como? E para onde?
Sempre quis fazer um interrail ainda nos meus 20's. Este ano é a última hipótese. Para o ano, posso ir às Maldivas, ao Brasil ou à Austria. Este ano, tenho de fazer o interrail.
Por breves segundos, lembrei-me que o natural seria consultar alguém, o amigo, o namorado, alguém, a pessoa que iria comigo. Mas não ia ninguém comigo. Ninguém quereria ir ( aos 30 o pessoal tem outros planos), e eu também não tinha convidado ninguém ( só para os ouvir dizer que não e para me tentarem demover, é melhor nem ir por aí). A decisão competia apenas a mim, a escolha da zona, do itinerário, ao meu gosto e sem ter de conjugar com a agenda e os gostos de ninguém. Foi uma sensação estranha, mas até me senti contente.
Os jogos olimpicos são em Agosto...Em Setembro já teria direito a 12 dias de férias. Uma zona de interrail é válida por 16 dias...tudo se encaixava.
Se isto não é um sinal...parece. Seja.
Optei por não complicar. Seguir o instinto e escolher uma só zona para viajar. O norte da Europa atrai-me mais no inverno e primavera. Por isso escolhi o Mediterrâneo. Zona G: Itália, Grécia, Eslovénia e Turquia. É mais ferries que comboios e mais sol e mar que terra. Bora lá.
Paguei um excesso de cento e poucos euros e saí dali com um bilhetinho na mão. Estava feito. Agora o caminho é em frente.

Sob coacção.

Liguei à agência e ficaram de me dizer se o voucher ainda tinha validade. Uns dias mais tarde, recebo uma chamada a dizer-me que sim, que valia 225 euros e que eu tinha que os movimentar até ao final do mês de Junho ou perderia o direito ao valor do vale. Afinal já haviam passado três anos!
Estávamos a 21, dia 24 era feriado no Porto, dia 26 eu iria para Lisboa e só voltaria a 7 de Julho. Pedi mais tempo, mas não me deram. Tinha 3 dias para tomar uma decisão.
Dirigi-me à agência e não só não me deram mais tempo como não me deram ajudinha nenhuma, nem informações extra. Era terrorismo puro. Coação extrema...ou um sinal de pegar ou largar.

225 euros.

Desde o dia 6 de Novembro de 2001 passaram-se 3 anos. Os 45 contos que o Paul tinha investido na minha prenda de aniversário respondem agora pela designação de 225 euros.

Barcelona ou mais do que isso.

A Ana passou os últimos meses a chatear-me a cabeça para a acompanhar a Barcelona. Ela ia lá participar de um curso e eu iria aproveitar a ponte do 10 de Junho para passar um fim de semana alargado. Estudei o caso e concluí que a viagem Porto/Barcelona/Porto me custaria perto de 50 contos....
Foi então que me lembrei do voucher do Paul... devia andar á volta de uns 30 contos, o que não era nada mau. Embora sempre tivesse imaginado investir o dote em algo mais significativo do que um fim de semana alargado, achei que ela valia a pena. E Barcelona é sempre Barcelona.
Assim, aproveitei o facto de ela fazer anos para lhe fazer a surpresa e confirmar que iria ter com ela no dia 10. Marquei férias no emprego e comuniquei-lhe a boa nova...mas ela não ficou contente. Ficou apreensiva. Não percebi.

Uns dias mais tarde, telefonou-me e sugeriu que eu adiasse a viagem. Que preferia que eu fosse uns dias para o Algarve para casa dela. Que ir assim a correr muito para Barcelona ia ser chato, além de que a colega com quem ela lá estaria teria voltar sózinha para Portugal no dia 11, e que ela mesma teria de telefonar ao laboratório que lhe patrocinara o curso e a viagem para alterarem o regresso de 11 para 14... E já só faltava uma semana para a partida e, e...
E eu senti-me mesmo muito mal.
Afinal eu teria de viajar para Barcelona sózinha e às minhas próprias expensas, e eu marquei férias a que ainda mal tinha direito ( ao fim de 3 meses no emprego)...e ela tinha andado meses a chatear-me a cabeça... E agora era assim? Desmarque-se!?
Disse-lhe que tudo bem, que desmarcaria as férias, mas que o Algarve não me interessava. Talvez não tivesse usado da minha voz mais doce, mas estava piursa, ao telemóvel e a conduzir numa rua cheia de polícia. " É para desmarcar, não é? Estou a ouvir-te muito mal. Depois falamos."

Entretanto ela viajou e nós não falámos.

Eu já tinha até comprado um guia para Barcelona, e metido na cabeça que poderia suportar a despesa com ou sem voucher. De teimosa, ainda pensei em ir. Enviei-lhe uma SMS a pedir o contacto do alojamento onde ela se encontrava. Ela não respondeu. Pensei que não tivesse recebido. Os dias passaram e a vontade de ir ao engano esfumou-se. Perdi a vontade. Afinal éramos amigas, confidentes e companheiras nas boas e más horas há mais de um ano...Preferi esperar que ela voltasse.
E ela lá deve ter voltado no dia previsto...deve ter voltado porque eu não soube. Ela não ligou. Nem na sexta, nem no fim de semana, nem nas duas semanas que se seguiram. Eu até pensei que lhe tivesse acontecido alguma coisa... Um dia, por descargo de consciência, liguei-lhe para o fixo...acho que tive receio que não atendesse se fosse pelo telemóvel. Ela atendeu e eu respirei fundo.
- Então? Só liguei para me certificar que estavas bem, que não te tinha acontecido nada. Nunca mais ligaste... - tentei soar fria e desafectada.
- Eu...estava a dormir. Esta semana não parei...
E na semana anterior? E a SMS, pensava eu, enquanto ela balbuciava qualquer coisa em tom de escusa. Não quis ouvir mais. Ela estava bem e eu podia descansar. Agora eu estava mesmo desiludida, mas estava em paz.
- Olha, tenho mesmo de desligar. Falamos noutra altura. Tchau.

E não voltei a ligar. Ela também não ligou mais. ... E pensar que quase gastei com ela o presente mais generoso que alguma vez recebera na vida. Nada disso. Tem de ser em algo especial.

terça-feira, julho 13, 2004

The "Hunter" kit.

Em Novembro de 2001, no dia do meu aniversário, o Paul ofereceu-me um cheque de viagem, 2 rolos de fotografia, um mapa da Europa e uma foto 3x5 dele mesmo com uma inscrição no verso: "Something to come back to". Era o meu "Hunter Kit". Eu era a "hunter", qual canção da Dido, que queria ver o mundo que ele nunca teve forças para me mostrar. Por isso, iria sózinha.
Terminámos uma semana depois. Não havia mais estrada para percorrermos juntos. O voucher e tudo o resto ficaram na mesma gaveta até há algumas semanas atrás.

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