sexta-feira, agosto 27, 2004

Nem mais à frente, nem mais atrás.

Desde que decidi fazer a viagem, tenho andado a dizer/avisar todos os meus amigos/conhecidos de que vou. E de que vou sózinha. Sózinha.
Acho que lhes digo isso para que me impeçam, apesar de saber que não iriam conseguir. Ou para descobrir se algum gostaria mesmo de vir comigo, ou de fazer uma viagem assim, sózinho também. Mas ninguém se apresenta.
Gostaria que alguém quisesse vir comigo, apesar de eu não querer levar ninguém. O que me deixa mais ou menos triste é não haver ninguém que eu quisesse realmente que viesse comigo, alguém em que eu confiasse para vir comigo. Porque neste momento na minha vida não sinto grande identificação com nenhuma das pessoas que conheço. Não me entendam mal. Adoro os meus amigos, mas eles são diferentes de mim e isso é excelente. Mas falta-me aquela pessoa que é capaz de ler o meu pensamento e eu a ela/ele. O verdadeiro companheiro de viagem. Aquele que caminha ao lado sem pressões, não pesando nem dominando. A maior parte das pessoas que conheço seriam pesos na mochila, ou obrigar-me-iam naturalmente a fazer concessões. E isso é algo que eu faço constantemente. Por uma vez, não quero ter de fazer isso. A comparação é fraca, mas é como ir ao cinema sózinha: escolho o filme que quero ver e sento-me onde me apetecer. Nem mais à frente, nem mais atrás.

Mudança de planos.

Pensei em começar pela Itália, mas ando tão sôfrega de sol que talvez vá directamente para a Grécia. Ou talvez não.

Racionalidade vs Espontaneidade.

O processo de preparação desta viagem, material mas especialmente MENTAL, tem sido muito interessante. Descobri que sou péssima a programar as coisas apenas porque sou excelente a conceber planos B. Funciono demais por instinto e não me torturo demais se as coisas não correrem como planeado, porque para mim o plano é sempre flexível. Mas depois tenho receio de as consequências terem sido más demais ou pudessem ter sido evitáveis...tipo, "mas porque é que não pensei nisso?". Tenho momentos em que me sinto completamente perdida e outros em que me sinto confiante...mesmo que não esteja na posse de todos os factos. Ponho-me a confiar na sorte, talvez por preguiça de planear algo racionalmente. Mas as possibilidades e variáveis são tantas e a escolha depende apenas de mim e não da opinião de outros. Sempre fui muito independente mas esta quantidade de livre arbítrio é perfeitamente inovadora até para mim.Esta viagem está a ser um exercício de racionalidade versus espontaneidade. Tenho experiência anterior de que há sempre uma solução para tudo, especialmente quando tudo parece perdido. É aí que largamos do plano inicial e começamos a pensar em soluções criativas e alternativas. E acho que sou boa nisso. A ver vamos. Acho que vou crescer nesta viagem. Se lhe ganhar o gosto, nunca mais paro.

Ensaio Geral.

Ontem fiz o primeiro ensaio geral à minha mochila. Fiz a mala (a mochila) com as roupas que penso levar para medir o peso. Vou com 8 kilos de mochila e não quero passar os 10kgs. Escolhi umas calças cheias de bolsos, super-hiperconfortáveis e frescas( já vão vestidas), uma minisaia-calção, talvez umas calças de capoeira (mais quentes, tipo de treino), um vestido muito leve e fácil de lavar e secar, 3 t-shirts largas, 2 tops caviados (um deles é daqueles a dizer PORTUGAL, comprado durante o Euro2004), os cinco biquinis vão fazer as vezes de lingerie, e levo apenas duas calcinhas e 3 pares de meias, umas das quais até ao joelho (sim, sou friorenta), um casaco cardado e um impermeável, um chapéu, várias fitas de cabelo, um par de sapatilhas hiper-leves e as sandálias (um destes já vai calçado). Há ainda o pareo grande que vai servir de toalha de praia e a toalha de banho. Ainda nem meti os kits de higiene (escova e pasta de dentes, pente, creme hidratante, protector solar, champô e amaciador 2 em 1 - que me vai lixar o cabelo, mas não há espaço para mais - desodorizante, gilete, pinça, tesoura, ganchos e elásticos de cabelo, lápis dos olhos e lip shine), medicamentos (clamoxil, imodium, canesten, brufen, antigripine...os insectos não costumam pegar-me...fenistil, betadine, gaze e pensos rápidos), e outras utilidades (fio do norte, corda de nylon, lanterna e pilhas, fósforos e isqueiro, fita adesiva, elásticos, clips, sacos pláticos, x-ato ...sim, eu sou uma regular MacGuyver...agulha e linha, um prato, talheres e uma caneca). E depois ainda faltam os guias turísticos, lápis e caneta, cola, o moleskine, e tenho de arranjar uns sitios inovadores para esconder dinheiro e transportar documentos e bilhetes...Preciso de ajuda de alguém experiente. Já devo ir com uns bons 12 kilos. Alguma coisa vai ter de ceder.

quarta-feira, agosto 25, 2004

Falta sempre mais do que eu pensava.

Há três semanas atrás eu achava que "três semanas e alguma coisa" já teriam passado por esta altura e eu estaria a embarcar no comboio...Mas, curiosamente, e apenas curiosamente, quase vinte dias depois ainda faltam mais quinze.
O pessoal já foi e já regressou de férias e eu continuo aqui estoicamente à espera.
O dia há-de chegar e, quando chegar, já sei, eu não vou estar preparada.

segunda-feira, agosto 09, 2004

Faltam 3 semanas e pouca coisa.

Acho eu que falta pouca coisa. Já comprei uma tenda de uma pessoa só...em que cabem duas, o que é positivo. Mas é "ultralight" e isso interessa-me. O saco cama novo também não chega a um quilo. Contando que não faço tenções de levar muita roupa - vou mesmo à mitra - não quero ter de carregar mais que 6/7 quilos às costas. Até porque estou mais inclinada para ficar em pensões e youth hostels - thinking of which, tenho que ir tirar o cartão de alberguista... Que vontade de me pirar o rapidamente possivel....hmmmmm!

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