sexta-feira, agosto 27, 2004

Nem mais à frente, nem mais atrás.

Desde que decidi fazer a viagem, tenho andado a dizer/avisar todos os meus amigos/conhecidos de que vou. E de que vou sózinha. Sózinha.
Acho que lhes digo isso para que me impeçam, apesar de saber que não iriam conseguir. Ou para descobrir se algum gostaria mesmo de vir comigo, ou de fazer uma viagem assim, sózinho também. Mas ninguém se apresenta.
Gostaria que alguém quisesse vir comigo, apesar de eu não querer levar ninguém. O que me deixa mais ou menos triste é não haver ninguém que eu quisesse realmente que viesse comigo, alguém em que eu confiasse para vir comigo. Porque neste momento na minha vida não sinto grande identificação com nenhuma das pessoas que conheço. Não me entendam mal. Adoro os meus amigos, mas eles são diferentes de mim e isso é excelente. Mas falta-me aquela pessoa que é capaz de ler o meu pensamento e eu a ela/ele. O verdadeiro companheiro de viagem. Aquele que caminha ao lado sem pressões, não pesando nem dominando. A maior parte das pessoas que conheço seriam pesos na mochila, ou obrigar-me-iam naturalmente a fazer concessões. E isso é algo que eu faço constantemente. Por uma vez, não quero ter de fazer isso. A comparação é fraca, mas é como ir ao cinema sózinha: escolho o filme que quero ver e sento-me onde me apetecer. Nem mais à frente, nem mais atrás.

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