segunda-feira, setembro 20, 2004

Os melhores dias.


O Thomas e o Heinrich partiram hoje à noite. Depois de uma despedida mais sentida do que eu própria poderia ter previsto, regressei à minha tenda, desadequadamente montada em terreno inclinado e tentei dormir. Tinha mesmo de descansar. No dia seguinte, iria decidir o resto dos dias de viagem. Encontrei um cantinho na tenda onde o saco cama não escorregasse demais, e senti frio. O frio da ausência do Tommi, o frio de estar sózinha de novo. E o alívio de poder decidir novamente os passos seguintes. Agarrei no Phibos e na Athina e e dispus-me a adormecer agarradinha a eles. Recordei o momento em que vi o Thomas e o Heinrich no comboio para Patras, as 22 horas que pareceram dias cheios a bordo o SUPERFAST ferry entre Patras e Ancona, o americano nojento que se atirou a mim logo à entrada do ferry (e que eu fiz os possíveis para evitar o resto do tempo), e o grupinho de alemães que se juntou a nós os três: O Daniel e o Simon, a Andrea e o Andi. A garrafa de ouzo e a discoteca do navio aberta só para nós, os espanhóis que convidamos para se juntarem à festa na disco, e que puseram música espanhola e nem sequer dançaram. O corredor de serviço onde ninguém passava e onde pudemos todos adormecer até tarde, à sombra das mantas que colámos com adesivo às paredes para evitar que as luzes nos brilhassem nos olhos toda a noite. E depois o comboio para Bologna e depois para Firenze... E para mim, amanhã, talvez Veneza, talvez Roma, e antes disso, Lucca ou Siena. Amanhã eu decido. Estes foram os melhores dias de toda a viagem.
Adormeci com um sorriso encharcado em lágrimas.

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